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E agora, Cruzeiro, quem poderá vos defender?

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Foto: Telmo Ferreira/Gazeta Press.
Cruzeiro, bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 e bicampeão da Copa do Brasil em 2017 e 2018, vive seu pior ano em seus 98 de história. Mas o que explicaria um ano tão conturbado logo após um longo período de glórias? Quais erros foram cometidos para culminar no primeiro rebaixamento da história do clube? Recentemente publicamos uma matéria a respeito do erro de planejamento do Palmeiras nesta temporada, que você pode ver clicando aqui, e agora a bola da vez é o Cruzeiro.

A equipe até que começou bem a temporada. Conquistou o campeonato mineiro e teve a segunda melhor campanha da fase de grupos da Libertadores. No entanto, tudo desandou após a parada para a Copa América, em junho. Foi eliminado pelo River Plate logo nas oitavas de final da competição continental e a crise explodiu algum tempo depois. Crise política e financeira, troca constante de treinadores e polêmicas envolvendo jogadores culminaram no maior vexame da história deste clube quase centenário.

Crise política e financeira

Segundo o Estadão, o Cruzeiro Esporte Clube possui dívida que ultrapassa os R$ 500 milhões. Como se isso não fosse suficiente, o clube, presidido por Wagner Pires de Sá, como aponta o Estadão, se tornou "alvo de investigação e inquérito para apurar denúncias sobre falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e possíveis infrações às regras da FIFA e da CBF".

A investigação abalou a direção do clube. Tanto que Itair Machado, principal responsável na montagem do elenco que conquistou por duas vezes seguidas a Copa do Brasil, acabou demitido. Para o seu lugar de gestor do futebol, Pires de Sá nomeou Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo e opositor durante boa parte do mandato do presidente. Perrella já esteve à frente da instituição por vários anos durante a década de 1990 e de 2010. A ideia do presidente ao nomear Perrella para o cargo também era o de fomentar uma união política. Porém, o que na prática, não se consolidou. Muito pelo contrário. Não conseguiu livrar o time de seu primeiro rebaixamento à série B e se envolveu em frequentes polêmicas com jogadores, críticas a ex-dirigentes do próprio clube e a gestores rivais.

Com tanta crise interna fica impossível blindar o futebol.

Polêmicas envolvendo jogadores

Em meio a má fase do time, protestos da torcida tornaram-se frequentes ao longo do segundo semestre. O baixo rendimento dentro de campo somado a algumas atitudes fora dele, não pegou nada bem com a arquibancada. Como no caso de Dedé, que alguns dias após passar por cirurgia no joelho, foi visto dançando em uma festa. Outro fato extra-campo que gerou muita polêmica envolve o meia Thiago Neves, um dos atletas mais cobrados pela torcida e também pela diretoria do clube, que até o afastou do grupo na reta final do brasileirão. Logo após a derrota em casa para o CSA pela 35ª rodada do nacional, vazou um áudio do meia cobrando Zezé Perrella para que fosse pago parte do salário atrasado aos atletas. Thiago Neves muito provavelmente não continuará na equipe em 2020. 

Tanta polêmica fora das quatro linhas não tem como fazer bem.

Troca constante de treinadores

O Cruzeiro teve ao longo do ano quatro treinadores. Cartilha perfeita do rebaixamento. Contratado ainda em 2017, iniciou a temporada com Mano Menezes. Reconhecido por um estilo mais defensivo, comandou o time em 13 partidas no brasileirão, com 4 empates, 7 derrotas e apenas 2 vitórias. Acabou demitido em 8 de agosto. A mentalidade da direção passou então a ser a de uma equipe que jogue pra frente e que priorize a posse de bola. O escolhido para a missão foi Rogério Ceni. Contudo, em meio a polêmicas envolvendo a escalação de atletas, não durou muito. Criticado publicamente por Thiago Neves, esteve no comando técnico do time mineiro por apenas 46 dias, contendo um retrospecto de 2 vitórias, 2 empates e 3 derrotas em 7 jogos. Tentando por um fim nas polêmicas jogador/técnico, a escolha do treinador desta vez passou a ser de alguém que tenha um estilo "paizão". Ninguém melhor que Abel Braga para a missão. Todavia, uma vez mais o resultado passou longe do esperado. Após 14 partidas foi demitido restando apenas 3 rodadas para terminar o campeonato. Sob seu comando, o Cruzeiro teve 3 vitórias, 8 empates e 3 derrotas. Restando pouco tempo para se livrar da degola, o que restou a direção foi apostar em alguém que já conhecia a casa. O escolhido da vez foi Adilson Batista, que levou o clube à decisão da Libertadores de 2009. Porém, novamente o objetivo não foi alcançado. O time perdeu os 3 jogos que restavam. O rebaixamento estava consumado.

Com a direção sem a convicção se queria um técnico ofensivo, defensivo, paizão ou conhecedor do clube, só um milagre poderia livrar o Cruzeiro da queda. Ele não veio. 


Com o clube atolado em dívidas, alvo de investigação policial, elenco caro, diretoria não sabendo o que quer e queda brusca na receita em 2020, o que será do Cruzeiro no futuro? As perspectivas não são nada boas. Mas esperamos que a direção tome um rumo e consiga recolocar o clube no seu lugar de direito. 

Como já dizia Bob Marley, "todos caem, mas apenas os fracos continuam no chão". E fraco com certeza o Cruzeiro Esporte Clube não é.


Abraços e até a próxima.



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