O
Senhor é meu pastor, e o VAR me salvará
Quem
viu, viu. Quem não viu, ainda pode ver. O Youtube está aí pra isso. Palmeiras x
River Plate, na última terça-feira, foi um jogo de ataque contra coração. Era
uma dose de calmante daqui, gol anulado de lá; chá de maracujá desse lado,
pênalti VARnulado do lado de lá. Novamente: quem viu, viu, quem não viu, se for
Palmeirense, por favor, não veja. Pode ser que o coração não aguente.
A
história começa mais precisamente no dia 05/01, quando, na Argentina, o
Palmeiras meteu 3 x 0 nos argentinos em pleno território hermano. Com o placar
elástico, a classificação parecia bem encaminhada. Parecia... No duelo da
volta, em pleno Allianz Parque, os comandados de Rafael Galhardo, digo, Marcelo
Gallardo, partiram logo de início para cima do goleiro Wervetô (nas palavras do
crack Neto). A pressão argentina só aumentava. A da torcida verde e branca
também. Era uma finalização atrás da outra. O arqueiro - que não usa flecha -
Palmeirense, que não é santo, operava milagre em cima de milagre. Mas nem ele
foi capaz de evitar o gol de Rojas, aos 29 minutos de jogo. O que já estava
difícil para os donos da casa, ficou ainda pior. Antes do término da primeira
etapa, Borré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si ampliou o marcador. Ainda, para sorte alviverde e
desespero alvirrubro, o VAR anulou um gol dos argentinos. Quem imaginava que o
time do técnico Abel Ferreira voltaria melhor para o segundo tempo, ou melhor,
que finalmente entraria em campo, tendo em vista que havia sido atropelado pelo
trator que alguns anos atrás passou por cima de Argel Fucks, ainda que o
adversário fosse outro (essa é pra quem tem memória), enganou-se totalmente. O
domínio Riverplatiano só aumentou. Wervetô, que já não tinha vida fácil, passou
a sofrer ainda mais. O coitado parecia aqueles alvos de clube de tiro. Era
bombardeio sobre bombardeio. E ele pegava tudo. Até pensamento. Não passava nem
o secador dos secadores. Até que, em dado momento, o zagueiro Alan com
sobrenome estranho que não sei escrever, cometeu pênalti em Suárez que não morde.
Quando então, uma vez mais o árbitro de vidro, segundo Cléber Reis, recomenda
revisão do lance ao apitador da peleja. Este, não contrariando seu colega de
vidro, vai à beira do campo rever o lance em questão. Na volta, ele, que ainda
que não seja Anderson Daronco, teve peito para voltar atrás e anular a
penalidade máxima. Mais uma respirada de alívio Palestrina. Mais uma respirada
frustrante dos argentinos. O jogo ia indo, indo e iu (essa também é pra quem
tem memória) até os cinquenta e tantos minutos - foi tanto acréscimo que não me
lembro o minuto exato - quando outro zagueiro com nome difícil do Palmeiras,
comete mais um pênalti. Novamente tem checagem do homem do apito. Novamente tem
anulação. Havia impedimento no início da jogada. (Só o VAR me salvará). A
partir de então não havia tempo para mais nada - a não ser infarto por parte de
Palmeirenses e torcedores do River. A bagaça terminou em 2 x 0 para os
argentinos. E mesmo após apanhar mais que fusca em subida, e por
aproximadamente 100 minutos parecer caminhão de metalúrgica, só levando ferro,
o time de Palestra Itália VAR a uma final de Libertadores após 20 edições. O
adversário da decisão você conhece abaixo.
Super
Santástico, o Peixão mágico...
Vai
dizer que você nunca ouviu aquele clássico da música brasileira que diz: Super
Santástico, o Peixão mágico, é bem mais divertido... Pois é, eu também
não, ao menos não exatamente. Se por um lado o Palmeiras sofreu uma barbaridade
em uma das semifinais, por outro o Santos teve vida mais tranquila que água de
poço no segundo confronto semifinal, contra o também argentino Boca Juniors.
Com o mando de campo, o Santos tomou rédia da partida desde o pontapé inicial,
e logo aos 16 minutos de jogo, Diego Bituca abriu o placar para o Peixe. Com a
vantagem a seu favor, o time da Vila Belmiro passou a jogar mais solto e a
dominar completamente a partida. Os argentinos estavam completamente
atordoados. Não demorou muito na segunda etapa para que So teu do ampliasse o
marcador. A partir de então, o Boca precisaria ter boca e fome de leão para
conseguir a classificação. Era necessário igualar o placar para avançar. No
entanto, não foi o que se viu. O time do treineiro Miguel Ángel Russo tomava um
rodião dos meninos da Vila. O Boca Juniors parecia time de juniors. Lucas
Braga, aos 51 minutos, fechou a boca do Boca com o terceiro gol. E ainda deu
tempo para Frank Sinatra Fabra ser expulso. A fatura
estava liquidada. Final: 3 x 0 para o Peixão. O Santástico avança à final da
principal competição do continente e busca o primeiro tetracampeonato de um
clube brasileiro na competição. O Boca voltou para a Argentina com a Azul, uma
vez que os jogadores se recusaram a ir de Gol, pois isso eles já tinham levados
aos montes. A grande decisão do torneiro acontece no próximo dia 30. Será a
terceira final entre clubes brasileiros; a primeira entre Palmeiras e Santos.
Boa sorte a ambos e que perca o pior.
Semana
que vem tem mais. E lembre-se: esta é uma matéria voltada para o humor - embora
não tenha. Não é feita para desmerecer ou ofender seu clube de coração e nem
qualquer pessoa e instituição citada.
Abraços e Apernas e até a próxima.
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